Parei…baixei-me e apanhei aquela moedinha
Era Inverno e estava numa casa de madeira a passar umas férias, com a lareira acesa e a beber leite com chocolate quente.
Os meus pais deixaram-me com a minha avó e foram para a Serra da Estrela.
Aquela casa tinha um escritório cheio de estantes com livros. Eu gostava de lá estar a ver os títulos dos velhos livros e a passar as páginas para ver as ilustrações.
Também tinha um sótão muito escuro e misterioso onde a minha avó guardava as suas recordações mais antigas. No outro dia, a avó queria fazer um prato especial, então pediu-me para ir buscar ao sótão um livro de receitas chamado As Receitas da Galinha.
A minha avó deu-me uma vela e eu fui lá. Com cuidado, subi as escadas e abri a porta ferrugenta e velha que até fazia barulho.
Entrei e senti um arrepio na espinha, mas encorajei-me e continuei a andar. Fui ter ao baú, abri-o e, em vez de estarem lá livros, estava uma paisagem de uma aldeia.
Eu deixei cair a vela e caí lá para dentro, como se alguém me estivesse a puxar. Até que fui parar em cima de uma cama fofa e tinha um papel em cima de mim a dizer:
“Há um segredo a revelar, procura-o!”
E quando acabei de o ler, o papel desfez-se em mil bocados!
Fugi daquele quarto, quando vi que estava numa casa de pedra misteriosa. Saí dali e reparei que o que estava á frente era um rio calmo, com uma canoa. Corri lá para dentro e comecei a remar, a remar. Fiquei lá uma hora, até que fui dar a um sítio muito esquisito.
Parei a canoa e corri e…choquei contra um velho que me disse:
- Lá em baixo há algo com que tu podes descobrir o segredo e voltar para casa, mas primeiro vai a uma casa misteriosa…
Então, olhei para a frente e vi a casa onde tinha estado há bocado.
E fui a remar para lá, bati à porta e foi uma velha que a abriu e me disse:
- É só subir as escadas!
Eu subi e abri uma porta de pedra, ouvi um barulho de qualquer coisa forte a cair no chão.
Então, vi que havia outra porta igualzinha à porta do sótão da minha avó. Abri e…
Vi uma pequena moeda. Depois olhei-a…
Então…
Parei…baixei-me e apanhei aquela moedinha.
Leonor Oliveira
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